Capítulo 2 - Produtividade na Internet - Parte 3
Como se tornar mais eficiente e ágil em um ambiente tão imediato?
A BATALHA PELA PRODUTIVIDADE EFICIENTE
Produção X tempo de vida Em meio aos processos e rotinas de produção, uma batalha silenciosa é travada. De um lado, o duro trabalho dos criativos, redatores, designers e planejadores. Do outro, o impacto da publicação: sua visibilidade e alcance. Fatore sobre isso as rotinas que funcionavam em mídias tradicionais, como as aprovações lentas e demoradas, cheias de ajustes e refações. Quem sobrevive num ambiente assim? Muitas vezes, para que um conteúdo seja publicado, é preciso passar por todo um processo de validação. Isso é muito comum em uma agência de comunicação, quando é preciso passar pela aprovação de mais de uma pessoa, mas também ocorre em seu dia a dia, na revisão do texto e aplicação de filtros antes de postar uma foto. Se o tempo de produção e validação de um conteúdo é MAIOR que o tempo de vida da publicação, você já está saindo no negativo! Um conteúdo não pode levar mais tempo para ser produzido do que seu tempo de vida publicado na internet e na rede social.
LEGITIMIDADE MEDIANA: POTENCIAL DE RESSONÂNCIA
As pessoas devem concordar com tudo o que é dito nas redes sociais? Algumas vezes, para atingir o potencial máximo de alcance e ressonância, precisamos abrir mão de parte de nossa legitimidade. Quando isso é feito propositalmente, damos o nome de LEGITIMIDADE MEDIANA. Trata-se de um conteúdo que chegará ao estado em que metade das pessoas CONCORDAM e metade delas DISCORDAM. Quanto mais próximo um conteúdo estiver de seu ponto de legitimidade mediana, maior seu potencial de ressonância.
O exemplo mais simples de compreender esta ferramenta são os assuntos polêmicos como política e religião. Um único post abrindo uma discussão desses assuntos pode chegar a milhares de comentários dentro da rede social. Esses debates costumam beirar à violência e à ignorância, sendo mais calorosos. Afinal, quando a fé em algo vai de encontro com o racional, diferentes pessoas podem reagir de maneiras diversas frente a ideias opostas. Por isso, política e religião são considerados “assuntos proibidos”. A legitimidade mediana pode ser alcançada de diferentes maneiras e suas discussões podem beirar os limites do proibido. Nesse sentido, tabus e ética são pontos interessantes para explorar.
O tabu é um assunto “proibido” não oficialmente, da mesma forma que a ética, um conjunto de regras não oficiais de convívio da sociedade ou comunidade. O tabu é mais controverso, pois muitas vezes está ligado às tradições da sociedade. Ele pode variar de pessoa para pessoa e não necessariamente infringe alguma lei regional. A ética é formada por regras não escritas e não oficiais. Assim como o Tabu, a ética é algo que pode estar incorreto ou que pode não funcionar no novo cenário digital. Isso não quer dizer que você não possa usar os “assuntos proibidos”. Eles não foram proibidos oficialmente; são apenas temas utilizados no passado e que, pelo fato de gerarem muita discussão, foram abolidos da lista de temas abordados por empresas. Uma marca é realmente proibida de falar de futebol, religião ou política? A resposta mais óbvia é “SIM”. Entretanto, não existe nenhuma proibição jurídica quanto a isso. Devemos lembrar que, sem a pluralidade de ideias, não podemos compreender o que é bom ou mau. A compreensão do certo e do errado é muito relativa e pode ser manipulada de muitas maneiras. Apenas com a exposição a diferentes ideais é que podemos alcançar uma clareza maior sobre o tema debatido.
O TABU, A RELIGIÃO E AS REDES SOCIAIS A coragem para mudar ainda é algo complicado. Um exemplo são os cultos religiosos, em que pessoas se sentem desconfortáveis em tirar fotos ou filmar. Tirar foto dentro da igreja é falta de educação? Será que filmar a missa é errado? Para a instituição religiosa, não existe melhor divulgação que seus fiéis divulgando sua fé. ENTÃO por que sentimos que é tão errado registrar e compartilhar esses momentos? Será que as fotos e vídeos compartilhados nas redes sociais não ajudam a imagem da igreja? Vale a reflexão.
O ERRADO É ERRADO MESMO QUE TODOS ESTEJAM FAZENDO
O CERTO É CERTO MESMO QUE NINGUÉM ESTEJA FAZENDO
O MUNDO PERFEITO E SEGURO DAS REDES SOCIAIS
Já avisamos: ele não existe O medo das críticas. Eis um dos piores pesadelos para quem publica algo nas redes sociais. São os conhecidos comentários negativos, a repercussão negativa. Não é raro que as pessoas entrem em pânico após o primeiro comentário negativo. Quando isso acontece, surge uma linha muito delicada. O negativo nem sempre é “realmente negativo”. Primeiro é preciso entender a natureza desse tipo de comentário. Assuntos polêmicos são excelentes para gerar discussão. Porém, qual o limite entre uma discussão saudável e uma troca de farpas destrutiva? Ao primeiro sinal de fumaça, não entre em desespero. Usar as redes sociais SEMPRE é arriscado. Não existem redes sociais 100% seguras.
A CULTURA DA IDIOTICE NAS REDES SOCIAIS
Será que tudo o que postamos é sadio pra sociedade? Em pouco mais de uma década, a internet vem potencializando a comunicação. A acessibilidade, que era tema de discussões no final do século XX, criou um terreno fértil para a produção de cada vez mais conteúdo. Por milhões de anos as pessoas viveram em um mundo com escassez de conhecimento. Quem tinha conhecimento tinha poder. Quem comunicava este conhecimento para as massas, então, tinha mais poder ainda. A internet tornou possível que qualquer pessoa fosse um potencial produtor de conteúdo, um comunicador.
QUALQUER PESSOA CONECTADA É UM POTENCIAL CRIADOR DE CONTEÚDO.
Essa nova forma de produzir conteúdo, mais rápida e mais dinâmica, vem abrindo as portas para pessoas que, antigamente, teriam pouco ou nenhum acesso à comunicação em massa. Trata-se de uma geração muito mais questionadora, que entende e trabalha com valores diferentes dos profissionais da geração anterior.
TODOS AGORA TEMOS O PODER DA COMUNICAÇÃO
ESTAMOS VIVENDO A DEMOCRATIZAÇÃO DA COMUNICAÇÃO
Essa liberdade toda também trouxe problemas. A batalha pela audiência digital se tornou uma anarquia, uma terra sem lei. O limite do que se pode ou não é desconhecido. Ainda são poucas as regras estabelecidas e, enquanto não temos regras, este é um jogo em que vale tudo.
Passamos por um período em que ainda estamos aprendendo a utilizar a internet. Enquanto na Coréia do Sul, há mais de uma década, os alunos têm uma matéria chamada netiqueta, no Brasil ainda engatinhamos pra esse tipo de educação. Ainda não temos uma geração educada para usar a internet de maneira mais sadia e produtiva.
Precisamos, aos poucos, educar uma nova geração para usar todo potencial da internet.
Triste lembrar que algumas escolas consideram a internet um problema e não uma solução.
Essa transição só acontecerá ao longo dos anos. E nos resta torcer para que não demore.
A REDE SOCIAL E A PAREDE DO METRÔ
Um ditado antigo dizia que “tudo que se publica na internet fica lá para sempre. São marcas eternas”. Comparávamos publicar algo com escrever numa parede com tinta permanente. De lá pra cá, Isso não mudou muito. Tudo que é publicado na internet continua sendo eterno. Continuamos escrevendo com caneta, mas agora escrevemos nas paredes do Metrô. E seus leitores estão dentro do trem. Quanto tempo dura algo que você postou? A resposta é simples: dura enquanto houver interações. O normal é que pouquíssimas pessoas recebam seu conteúdo. Para algo chegar para muitas pessoas (mesmo entre os seus amigos), seu post precisa passar por todo um processo. O universo das redes sociais é efêmero e passageiro. Você pode achar que um vídeo vazado seu fazendo sexo, ou uma foto pelado que caiu na rede são o fim do mundo. Mas tudo passa muito rápido. O que é importante para o público muda de hora em hora, dia após dia. Surpreenda o mundo, pois o mundo precisa de mais pessoas com personalidade.
MEDO DA INVASÃO DE PRIVACIDADE
Tem gente achando que a rede social vai espionar sua vida e roubar seus dados. Será que você é tão importante assim?
Um dos medos mais comuns de quem ainda não usa redes sociais é a preocupação excessiva com sua privacidade. É verdade que as plataformas sociais utilizam dados pessoais com diferentes objetivos, mas raramente você será analisado de forma específica. Esses seus históricos, os enviados para empresas utilizarem, são entregues na forma de grupos imensos de informações. Dessa forma, cada indivíduo permanece anônimo. Se o problema são pessoas específicas, todos os sites sociais permitem que você controle qual parte dos dados serão mostrados para outras pessoas - especialmente para quem você ainda não conhece. O número de opções é maior em plataformas que existem há mais tempo. No Facebook, por exemplo, sempre que você postar algo ainda é possível escolher para quem suas publicações serão disponibilizadas. Uma rede social é um local para se conectar socialmente com outras pessoas. Você pode escolher quem poderá acessar seu conteúdo, ou mesmo controlar quem pode lhe encontrar. Será que você realmente quer se conectar socialmente a outras pessoas? Plataformas sociais sobrevivem por causa da constante interação entre os usuários. Alguém que não deseja ser lembrado ou não deseja interação não conseguirá usar uma plataforma social - na verdade, faz sentido usá-la se estes são os objetivos? A não-visibilidade ou o controle sobre seus conteúdos são compreensíveis e podem ser adequados ao usuário. Entretanto, a não-interação não é aceitável a nenhum perfil em plataforma social, pois essa requer interações para existir.
A plataforma não foi criada para ser um Reality Show de mão única, em que você pode assistir a vida das outras pessoas. Ela necessita das interações para existir.
MANUTENÇÃO DAS REDES SOCIAIS
Como é a interação entre você e seus contatos na rede social? Quantidade é uma característica mágica. A possibilidade de ter milhões de fãs e seguidores sempre encantou muita gente. Quando ingressam nas redes sociais, algumas pessoas almejam juntar 5.000 amigos. Elas admiram quem já tem esse montante mágico e até desejam ter de criar mais perfi s para angariar mais amigos. Contudo, a maior força das redes sociais é a qualidade, não a quantidade. Saber como as pessoas interagem e propagam seu conteúdo é muito mais importante que o número total de fãs e seguidores. Saber quem são as pessoas que estão conectadas com você é mais importante! Quando publicamos algo em nossas redes, estamos impactando um pequeno grupo de pessoas. Conforme temos mais interações, nosso alcance aumenta aos poucos. Sem interações, você fi cará eternamente limitado àquele pequeno círculo de pessoas atingidas - uma pequena fração do total de amigos.
ALCANCE?
Pense em seu perfi l como um balde de água. Quando você publica algo, é como se pegasse um conta-gotas e pingasse bem no centro. As ondas formadas pela gota são o alcance da mensagem na rede social. A publicidade digital (o botão de “Impulsione”) é como uma pistola d‘água atirando nesse balde. O funcionamento das páginas corporativas é similar, mas maior - algo como uma bacia no lugar do balde.
CLASSIFIQUE AS PESSOAS EM SEU PERFIL!
Os parasitas também são conhecidos como amigos-enfei - te. Eles não estão contribuindo em nada na sua rede social. São os piores, pois prejudicam o alcance do seu conteúdo. Os corujas estão sempre lhe acompanhando. Interagem pouco, mas estão sempre visualizando e assistindo seus vídeos. Lhe ajudam de forma indireta. Os cães e os galos representam seus amigos leais que curtem seus conteúdos, sempre comentando. Os galos ainda compartilham e aumentam sua visibilidade. As cobras também são importantes. Elas criticam seu conteúdo e até falam (mal) de você para seus próprios amigos. São os haters ou gente que não gosta de você, mas lhe acompanham de perto.
O LIMBO é a fronteira final. É uma zona sombria e obs - cura com pessoas da sua lista de amigos. Elas não curtem nada e nem compartilham, mas não necessariamente por não gostarem de você: elas simplesmente não recebem seu conteúdo! Como alcançar essas pessoas? Basta lim - par sua lista de contatos e remover os parasitas. Manter sua lista de amigos sempre saudável é uma tare - fa bem difícil. Existe muita gente de quem você não quer se desapegar - ou que lhe darão dor de cabeça se fizer isso. Membros da família, gente que você conheceu na faculdade, amigos do colégio e muitas outras. Existem pessoas na sua rede com quem você não fala há anos e, talvez, sequer volte a falar.
PRATIQUE O DESAPEGO
Deixe pra trás tudo o que lhe atrasa! Durante nossas vidas acumulamos muito. Por vezes, somos apegados e queremos guardar tudo, como se um dia fôssemos precisar. Assim como suas coisinhas que lhe trazem lembranças e ocupam espaço, seus amigos inativos lhe puxam para baixo. Quanto mais amigos inativos você tiver, pior será seu relacionamento com pessoas que realmente se importam com você
VOCÊ QUER CINCO MIL AMIGOS QUE LHE IGNORAM?
OU VOCÊ QUER CENTO E CINQUENTA AMIGOS QUE SE IMPORTAM?