CPI da Íris: Tools for Humanity ou Desinformação – Quem é Quem no Ecossistema World?
Escaneamento da íris, dinheiro e o desafio da desinformação digital
No dia 17 de junho de 2025, fui intimado para testemunhar sobre o que sei do projeto World. Poderia falar sobre esse assunto durante dias, dada a sua importância e complexidade.
Este texto é um relato direto e honesto de um especialista em tecnologia profundamente comprometido com a educação e a capacitação digital das pessoas. A CPI da Íris está avançando e destacando algo crucial: a necessidade urgente do letramento digital, especialmente entre as camadas mais vulneráveis da sociedade.
Estamos testemunhando o choque de dois mundos totalmente distintos:
De um lado, temos uma das tecnologias mais avançadas já criadas – um aparelho sofisticado que utiliza o melhor da Blockchain, ZKP (Zero Knowledge Proof), Criptografia Homomórfica, SMPC (Secure Multi-Party Computation) e os sensores e câmeras mais avançados do planeta. Tudo isso para gerar uma prova digital de ser humano único.
Do outro lado, temos pessoas carentes, muitas delas com baixo grau de instrução e pouquíssimo acesso à educação digital.
Entre esses dois mundos, uma plateia agitada nas redes sociais despeja opiniões superficiais e inflamadas, aumentando ainda mais a desinformação. As redes sociais são como campos secos prontos para incendiar com qualquer polêmica, e o projeto World não escapou disso.
Ver esse choque cultural e tecnológico acontecendo diante dos meus olhos é uma experiência tão fascinante quanto preocupante. É exatamente o tipo de situação que, no Brasil, tem enorme potencial para viralizar.
A tecnologia deve sempre ser tratada com ética, respeito, empatia e profunda preocupação com o impacto na vida das pessoas. Há 10 anos, quando prestei serviços ao Facebook Brasil para a criação de um laboratório de inovação em Heliópolis, formamos multiplicadores locais com empatia e carinho, capacitando pessoas para usar a internet de forma saudável, correta e próspera.




Trago essa experiência à tona porque sei do poder transformador da tecnologia. Ao longo de 20 anos como palestrante, viajando pelo Brasil e falando sobre redes sociais e inteligência artificial, aprendi que responsabilidade e compromisso social são fundamentais. Jamais arriscaria minha carreira se não acreditasse profundamente na importância do projeto World.
A prova digital de ser humano único será cada vez mais essencial, especialmente diante dos avanços recentes da inteligência artificial. Ferramentas como o VEO3 do Google, o SeeDance da ByteDance (TikTok), Kling e Sora, entre outras, já criam vídeos indistinguíveis da realidade, tornando necessária uma solução robusta de identidade digital.
Quando trabalhei com o Facebook, percebi algo preocupante: empresas desse porte têm pessoas incríveis, mas também têm pessoas medíocres e sem propósito. Em startups com síndrome de BigTech, esse risco é ainda maior. O ecossistema World precisa de pessoas profundamente comprometidas com a transformação que estão promovendo, não só tecnicamente, mas também no campo acadêmico, em pesquisa e responsabilidade social.
Sou apenas alguém que acredita profundamente no propósito do projeto World. O caminho para a compreensão e adoção dessa tecnologia não será fácil, mas ensinar e esclarecer sua importância é essencial. Continuarei palestrando pelo Brasil e falando o que as pessoas precisam ouvir.
A Tools for Humanity possui talentos incríveis e outros nem tanto. Num projeto dessa magnitude, mediocridade e falta de transparência não podem ser toleradas. A confiança da comunidade e dos indivíduos envolvidos é fundamental e não pode ser negligenciada.
Em um país com mais de 220 milhões de pessoas, muitas vivendo em condições extremamente precárias, precisamos urgentemente cuidar da comunidade brasileira e priorizar o Letramento Digital 3.0. Se já é um desafio ensinar o básico do uso da internet, imagine diante de tecnologias complexas como a Web3, a Orb e o World ID. Conceitos como descentralização ainda são amplamente mal compreendidos.
Espero sinceramente que a CPI da Íris alcance uma resolução consciente. Concordo que pessoas sem entendimento não devem usar a tecnologia sem orientação, mas ao mesmo tempo, quem somos nós para proibir alguém de aprender e evoluir?
A ascensão da Web3 trará novos paradigmas, e essa CPI fará parte dessa história ao levantar questões essenciais sobre tecnologia e sociedade. A falta de compreensão pode levar a regulamentações incompatíveis com essas novas tecnologias, criando regras inaplicáveis.
É crucial educar as autoridades e o público geral sobre as tecnologias emergentes. Não há nada a esconder, e a Tools for Humanity precisa permitir que pessoas capacitadas falem abertamente, com profundidade e clareza sobre o projeto, evitando superficialidade e, consequentemente, mais desinformação.
Espero que a nova gestão, com maior experiência em Web3, possa trazer atitudes dignas de um projeto capaz de transformar a sociedade.
As pessoas beneficiadas deveriam ser as primeiras a defender e falar positivamente sobre o projeto, mas compreendo que o medo causado pela desinformação e pela CPI cria um cenário de confusão e hesitação. Pessoas intimadas para prestar esclarecimentos têm demonstrado desconhecimento básico sobre o projeto, respondendo erroneamente até mesmo perguntas simples sobre o aplicativo, aumentando ainda mais a desinformação.
A desinformação só pode ser combatida com informação clara e honesta. Infelizmente, muitos parecem não entender isso. Quem poderia emprestar sua voz para esclarecer e educar está com medo e isolado.
Ainda não concluímos o letramento digital básico, mas já precisamos iniciar o Letramento Digital 3.0. Precisamos agir com urgência, responsabilidade e união.
Está na hora de enfrentarmos a desinformação com coragem, conhecimento e colaboração.